Ressonâncias da Amplidão
Ensaios sobre o espiritual na arte
Sobre manter-se aberto

Seja muito bem vindo! Sim, você que está justamente lendo a estreia desta coluna que será publicada na primeira sexta-feira [dia de Vênus] do mês. Trata-se de reflexões, pensamentos, poemas, opiniões, obras e manifestações artísticas sobre o imenso universo imaterial que nos circunda e afeta. Meu objetivo é iniciarmos juntos uma frutífera jornada para maior compreensão da nossa completa existência e consequentemente exercitar a expansão da consciência. Nesta quarta edição estrelando como convidado especial do mês temos o fotógrafo paulistano William Baglione, curador, produtor cultural e co fundador da editora Afluente.

Todos à bordo? Então vamos lá!

Conheci o William em uma época em que me aventurava mais profundamente na produção cultural e ele iniciava o caminho inverso mergulhando em si mesmo para criação de um movimento autoral muito sério e pessoal através da fotografia. Se tivesse que defini-lo em duas palavras, escolheria trabalho e cuidado, porque realmente é ser humano muito empenhado e cuidadoso com a “famiglia”, com os artistas que representou, entre eles, seu talentoso irmão, Herbert Baglione e com todos os projetos em que se compromete, ou não, em se envolver.

Seguindo os desdobramentos correlatos ao valor absoluto do Amor, em alusão, ainda e sempre, ao simbolismo do nome desta revista, Philos: para William escolheria “espírito de renúncia e sacrifício: é o abdicar de algo, para obtenção de um sentido mais nobre e amplo da vida. O sacrifício de um prazer efêmero pode proporcionar mais alegria, do que a sua satisfação, por mais intenso que possa parecer. Como disse o filósofo francês Jean Jacques Rousseau: “Triste daquele que não sabe sacrificar um dia de prazer em prol do seus deveres para com a humanidade.”

Passemos aos mestres como de costume:

“…o self acredita: que a emoção suprema é o amor. União e assistência mútua são os imperativos da vida. Estamos juntos ou nisso. […] nossa missão nesta vida não é nos tornarmos um ideal imaginário, mas descobrir quem já somos e tornarmo- nos o que temos que ser.” Steven Pressfield, Como Superar Os Limites Internos [Cultrix, Nova Acrópole, 2021]

“Cuidar das coisas implica ter intimidade, senti-las dentro, acolhê-las, respeitá-las, dar-lhes sossego e repouso. Esse modo de ser-no-mundo, na forma de cuidado, permite o ser humano viver a experiência fundamental do valor, daquilo que tem importância e definitivamente conta. Todos nos sentimos ligados e re-ligados uns com os outros, formando um todo orgânico único, diverso e sempre includente. Esse todo remete a um derradeiro Elo que tudo re-liga, sustenta e dinamiza. Irrompe como Valor supremo que em tudo se vela e se re-vela.” Leonardo Boff, Saber Cuidar, Ética do humano: compaixão pela Terra [Vozes, 1999]

“Realmente nos entregamos ao próprio amor, á sua pureza e ao despertar e aprofundamento dele no outro. Não nos entregamos á psicologia individual do outro, num pacto de possessividade e exploração. O verdadeiro compromisso é o do coração e ele reflete as aspirações do espírito. A criatividade é a verdadeira chama ou essência da Vida. Todos os nossos atos são criativos e o autodomínio é a expressão final. A Vida é o melhor professor, e o maior ensinamento é a observação da vida interior – que flui e reflui das forças que criam a manifestação exterior e, por sua vez, afeta os estados interiores.”
Zulma Reyo, Alquimia Interior [Ground, 1989]

Uma boa estrela para todos e hasta la vista junho!

Fotografia de William Baglione.

Resonancias de amplitud
Ensayos sobre lo espiritual en el arte
De mirar dentro de ti donde reside quien todo construye

¡Sea muy bienvenido! ¡Sí tú! ¿Quién está leyendo precisamente esta columna que seguirá publicándose el primer viernes (Día de Venus) del mes. Son reflexiones, pensamientos, poemas, opiniones, obras y manifestaciones artísticas sobre el inmenso universo inmaterial que nos rodea y afecta. Mi objetivo es iniciar, juntos, un viaje fructífero hacia una mayor comprensión de nuestra existencia completa y en consecuencia ejercer la expansión de la conciencia. En esta cuarta edición tenemos como invitado especial del mes al fotógrafo paulista William Baglione, curador, productor cultural y cofundador de la editorial Afluente.

¿Todos a bordo? ¡Entonces vamos alla!

Conocí a William en un momento en el que yo incursionaba más profundamente en la producción cultural y él inició el camino opuesto, ahondando en sí mismo para crear un movimiento autoral muy serio y personal a través de la fotografía. Si tuviera que definirlo en dos palabras elegiría trabajo y cuidado, porque realmente es un ser humano muy comprometido y cuidadoso con su “famiglia”, con los artistas que representó, entre ellos su talentoso hermano, Herbert Baglione, y con todos los proyectos en los que se compromete, o no, a involucrarse.

Siguiendo los avances relacionados con el valor absoluto del Amor, en alusión, todavía y siempre, al simbolismo del nombre de esta revista, Philos: para William elegiría “un espíritu de renuncia y de sacrificio: es la renuncia a algo , para obtener una vida más noble y. El sacrificio de un placer efímero puede proporcionar más alegría que su satisfacción, por intensa que parezca. Como dijo el filósofo francés Jean Jacques Rousseau: “Triste para quien no sabe sacrificar un día de placer en aras de sus deberes para con la humanidad.”

Pasemos a los másteres como siempre:

“…el self cree: que la emoción suprema es el amor. La unidad y la asistencia mutua son imperativos de la vida. Estamos en esto juntos. […] nuestra misión en esta vida no es convertirnos en un ideal imaginario, sino descubrir quiénes ya somos y convertirnos en lo que debemos ser”. Steven Pressfield, Como Superar Os Limites Internos [Cultrix, Nova Acrópole, 2021]

“Cuidar las cosas implica intimar, sentirlas por dentro, acogerlas, respetarlas, darles paz y descanso. Esta manera de estar en el mundo, en forma de cuidado, permite al ser humano vivir la experiencia fundamental del valor, de lo que es importante y definitivamente cuenta. Todos nos sentimos conectados y reconectados entre sí, formando un todo orgánico único, diverso y siempre inclusivo. Este todo remite a un Vínculo último que todo lo reconecta, lo sostiene y lo dinamiza. Surge como el Valor supremo que está en todo lo que oculta y se muestra.” Leonardo Boff, Saber Cuidar, Ética do humano: compaixão pela Terra [Vozes, 1999]

Nos entregamos verdaderamente al amor mismo, a su pureza y a su despertar y profundización en el otro. No nos entregamos a la psicología individual del otro, en un pacto de posesividad y explotación. El verdadero compromiso es el del corazón y él refleja las aspiraciones del espíritu. La creatividad es la verdadera llama o esencia de la Vida. Todos nuestros actos son creativos y el autodominio es la máxima expresión. La vida es la mejor maestra, y la mayor enseñanza es la observación de la vida interior, que fluye y refluye a partir de las fuerzas que crean la manifestación exterior y, a su vez, afecta los estados interiores”.

Zulma Reyo, Alquimia Interior [Ground, 1989]

¡Una buena estrella para todos y hasta vista junio!

O artista William Baglione.

Nome: William Baglione
País: Brasil
O espiritual na sua arte: Sou filho de mãe evangélica e minhas avós eram católicas fervorosas. Cresci entre orações e rezas, bem como disputas de qual religião é a certa. Nunca fui adepto da confusão que essas discussões sugeriam, eu apenas dava um passo atrás e observava. Acredito que a minha fé tem inicio onde reside a fé de muitos garotos que como eu crescem em meio a dificuldades da classe média periférica. Você passa a clamar por dias melhores, para ter um presente no fim do ano, um Danone na geladeira, um novo emprego para o pai, uma vida melhor para a mãe.
Quando eu fotografo eu trago comigo toda minha história, eu costumo  dizer que por não ser um artista técnico eu fotografo com a alma. A espiritualidade é um exercício contínuo e perpétuo, as vezes medito e aprendi isto com meu irmão, as vezes caminho no mato ou observo o mar em silêncio na companhia do vento e dos pássaros. Minhas inspirações não vem da rotina de ver o trabalho de outros fotógrafos, gosto de improvisar e lidar com o acaso, criando de forma intuitiva imagens que contam uma história onde a pessoa retratada se deixa ter uma experiência que transcende a persona que a sociedade conhece.
Seu processo criativo: Quando decidi criar a Chante Nightz em 2012 era mais um daqueles momentos em que um artista encontra o fundo do poço. O insight que eu tive foi de trazer para a fotografia o que eu vivi como parte integrante ou apenas espectador de cenários das subculturas periféricas, como os movimentos Punk londrino e da New Wave norte americana. Me interesso pelo cinema B europeu e seu lado nonsense, a estética pop e kitsch, mas também a fotografia de rua. Meu processo criativo é um beijo no passado que se transforma em outra coisa, um elemento visual como se fosse um recorte de uma tela de cinema.
Sua inspiração: Sou um cara perdidamente apaixonado nas diferentes relações humanas.   Minha inspiração está exatamente aí.

Uma cor: qualquer uma fluorescente.
Um sabor: o sabor das frutas frescas.
Uma sensação: saudades.
Um som: da tempestade.

Sua mensagem:

7000 léguas distante de minhas antigas crenças
Tarde demais para voltar atrás
Fosse eu o mesmo guerreiro que andava descalço sobre conchas e pedras pontudas
Divagando sobre a vida
Questionando a própria existência
Era muito pouco …
…. quase nada
O gigante também é pó de estrelas.
Quando o verbo existir ainda era apenas uma idéia eu demolia castelos de areia
Somos seres animados com melancolia, saudades e decepções cotidianas
Silêncio
Flechas apontadas
E no fundo do precipício beijei o que restava de luz
Quando me vejo refletido no espelho, transpiro e engulo sementes
Meu manto sagrado são idéias de um mundo que canta
Aproveito para usar água salgada para lava a cicatriz que sangra
Troco pele, repenso a vida e escrevo com prego no peito “Quando clamo pela presença do pai, maior é a força do vento”
O homem chegou a lua, mas não chegou ao fundo do mar
Naveguei pelos 7 mares no dorso de uma Cachalote e avistei tudo o que me fazia sofrer
Estou deixando para trás a dor e as correntes de um menino que desistiu de tudo
Tarde demais para voltar atrás
A tristeza é um amigo que te diz a verdade
olhei para dentro de mim mesmo onde reside aquele que tudo constrói
Aprendi a flutuar e a meditar na companhia dos papagaios e dos Atobás
O mar é poesia com doçura e fúria

Nombre: William Baglione
País: Brasil
Lo espiritual en tu arte: Soy hijo de madre evangélica y mis abuelas eran católicas fervientes. Crecí en medio de oraciones y rezos, así como de disputas sobre cuál religión es la correcta. Nunca fui partidario de la confusión que sugerían estas discusiones, simplemente di un paso atrás y observé. Creo que mi fe comienza en la fe de muchos niños que, como yo, crecen en medio de dificultades en la clase media periférica. Empiezas a clamar por días mejores, por tener un regalo a fin de año, un yogurth en la nevera, un nuevo trabajo para tu padre, una vida mejor para tu madre.
Cuando fotografío llevo toda mi historia conmigo, suelo decir que como no soy un artista técnico fotografío con el alma. La espiritualidad es un ejercicio continuo y perpetuo, a veces medito y esto lo aprendí de mi hermano, a veces camino por el bosque u observo el mar en silencio en compañía del viento y los pájaros. Mis inspiraciones no surgen de la rutina de ver el trabajo de otros fotógrafos, me gusta improvisar y lidiar con el azar, creando intuitivamente imágenes que cuenten una historia donde la persona retratada se permite tener una experiencia que trasciende la persona que la sociedad conoce.
Tu proceso creativo: Cuando decidí crear Chante Nightz en 2012, fue otro de esos momentos en los que un artista toca fondo. La idea que tuve fue llevar a la fotografía lo que experimenté como parte integral o simplemente como espectador de escenas de subculturas periféricas, como los movimientos Punk londinense y la New Age norteamericana. Me interesa el cine europeo de serie B y su lado non sense, su estética pop y kitsch, pero también la fotografía callejera. Mi proceso creativo es un beso en el pasado que se convierte en otra cosa, en un elemento visual como si fuera un recorte de una pantalla de cine.

Tu inspiración: Soy un chico perdidamente enamorado de las diferentes relaciones humanas. Mi inspiración está exactamente ahí.

Un color: cualquier fluorescente.
Un sabor: el sabor de las frutas frescas.
Una sensación: anhelo.
Un sonido: de la tormenta.

Su mensaje:

A 7000 leguas de mis viejas creencias
Demasiado tarde para dar marcha atrás
Si yo fuera el mismo guerrero que caminaba descalzo sobre conchas y piedras afiladas
Divagando sobre la vida
Cuestionar la propia existencia
Fue muy poco….
…. casi nada
El gigante también es polvo de estrellas.
Cuando el verbo existir todavía era sólo una idea, derribé castillos de arena
Somos seres animados por la melancolía, la añoranza y las decepciones cotidianas.
Silencio
Flechas apuntadas
Y al pie del acantilado besé lo que quedaba de luz
Cuando me veo reflejada en el espejo, sudo y trago semillas.
Mi manto sagrado son ideas de un mundo que canta.
Aprovecho para usar agua salada para lavar la cicatriz sangrante.
Cambio de piel, replanteo mi vida y escribo con un clavo en el pecho “Cuando clamo la presencia del padre, la fuerza del viento es mayor”
El hombre llegó a la luna, pero no al fondo del mar
Surqué los 7 mares a lomos de un cachalote y vi todo lo que me hizo sufrir
Estoy dejando atrás el dolor y las cadenas de un niño que lo abandonó todo.
Demasiado tarde para dar marcha atrás
La tristeza es una amiga que te dice la verdad.
Miré dentro de mí donde reside el que todo construye
Aprendí a flotar y meditar en compañía de loros y piqueros.
El mar es poesía con dulzura y furia.

Carola Trimano, artista visual, arte-educadora e produtora cultural, coordena o atelier itinerante Pássaro de Papel e o Finart – Festival Internacional de Arte.

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Publicado por:Philos

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